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A Síndrome do Respirador Oral

Por: Drª. Diana L. Lacerda Martins – Otorrinolaringologista / CRM 7252

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A síndrome do respirador oral é caracterizada pela substituição da respiração nasal exclusiva por uma respiração de suplência oral ou mista. É frequente no consultório do otorrinolaringologista e do pediatra e, segundo alguns estudos brasileiros, afeta até 50% das nossas crianças. Dentre as principais causas de obstrução nasal, estão a rinite alérgica e a aumento de adenoide e amígdalas.

De acordo com a duração, a intensidade e a época de instalação, a respiração oral pode causar sérias alterações na estrutura craniofacial, nas funções estomatognáticas (mastigação, deglutição, fonação), na nutrição, na postura, no sono e no aprendizado, prejudicando assim a qualidade de vida do indivíduo.

Ao abrir a boca para respirar, há desequilíbrio nas funções orofaciais, prejudicando tônus muscular e oclusão dentária, o que acarreta, além de dano estético, distúrbio na mastigação e deglutição, com consequências nutricionais. O bloqueio nasal pode, ao longo do tempo, limitar o desenvolvimento do terço médio da face, com mudanças estéticas evidentes. Para aumentar a entrada de ar pela garganta, o indivíduo acaba projetando cabeça e pescoço para frente, desencadeando compensações posturais de todo o corpo. Também pela limitação ao fluxo aéreo, algumas pessoas podem apresentar roncos e apneias (interrupções temporárias da respiração) durante o sono, ocasionando má oxigenação cerebral, traduzida clinicamente por sonolência diurna, dor de cabeça e déficit de aprendizado.

RESPIRA

 

Diante da pluralidade de consequências, o respirador oral requer olhar clínico abrangente e multidisciplinar, a fim de se detectar precocemente a doença, minimizando seus efeitos deletérios. A conduta frente ao respirador oral deve ser individualizada e passa pelo combate à causa e pela reabilitação das sequelas. Nesse aspecto, conscientizar a sociedade acerca da existência dessa síndrome pode ser o passo inicial no controle precoce de seus danos.

Orientações para manter uma respiração saudável

– Evitar permanecer muito tempo em ambientes muito refrigerados.
– Se for fumante, pare de fumar. Se não for, evite ambientes de fumo passivo.
– Mantenha a higiene nasal com lavagens diárias com soro fisiológico.
– Não use descongestionantes nasais sem indicação médica.
– Use máscaras para manipular produtos químicos voláteis.
– Se houver secreções, evite “fungar”. Assoe o Nariz sem muita força e use lenço descartável.
– Mantenha seu ambiente de dormir bem arejado.
– Se for alérgico, evite roupas de lã, carpetes, cortinas de pano e colchas felpudas.
– Evitar animais com pelo dentro de casa.
– Na faxina de casa, evitar usar o espanador de pó. Prefira um pano úmido.

Tire suas dúvidas sobre o nariz e a respiração

O Nariz é o órgão facial responsável pelo olfato e desempenha um importante caráter funcional estético. Sua estrutura, composta por ossos e cartilagem, se divide em Cornetos, Septo, Seios da Face e Adenóide. Na respiração, o Nariz tem a função de tratar o ar inspirado. Inicialmente, o ar é filtrado, evitando a entrada de bactérias e partículas no pulmão. Depois, é aquecido e umidificado.

Os Cornetos Nasais são estruturas projetadas na superfície interna lateral do Nariz, servindo como controladores e direcionadores do fluxo de ar da respiração e também são os principais responsáveis pelo aquecimento e umidificação do ar inspirado.
O Septo Nasal composto por parte cartilaginos e parte óssea, divide a fossa direita e a esquerda, seguindo a estrutura do teto ao piso do Nariz.
Os Seios da Face são áreas ocas, localizadas dentro dos ossos do rosto. Dividem-se em maxilar, etmoidal, frontal, esfenoidal. Estas áreas são cheias de ar e recobertas por uma mucosa, comunicando-se com o Nariz através de orifícios denominados óstios.
A Adenóide, popularmente conhecida como “carne esponjosa”, é a região de transição entre o Nariz e a garganta, localizada atrás da úvula. Sua função é defender o sistema imunológico, principalmente nas crianças.