Por que ficamos roucos?

Voz rouca pode ser consequência de esforço vocal intenso, mas também pode sinalizar doenças que afetam a laringe. Assista ao vídeo que Dr. Pablo Auad explica se é possível diferenciar as causas e tire suas dúvidas. Cuide sempre da saúde da sua voz. A Clínica de Otorrino tem um núcleo especializado na saúde da voz e conta com profissionais sempre prontos para lhe atender.

A Síndrome do Respirador Oral

Por: Drª. Diana L. Lacerda Martins – Otorrinolaringologista / CRM 7252

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A síndrome do respirador oral é caracterizada pela substituição da respiração nasal exclusiva por uma respiração de suplência oral ou mista. É frequente no consultório do otorrinolaringologista e do pediatra e, segundo alguns estudos brasileiros, afeta até 50% das nossas crianças. Dentre as principais causas de obstrução nasal, estão a rinite alérgica e a aumento de adenoide e amígdalas.

De acordo com a duração, a intensidade e a época de instalação, a respiração oral pode causar sérias alterações na estrutura craniofacial, nas funções estomatognáticas (mastigação, deglutição, fonação), na nutrição, na postura, no sono e no aprendizado, prejudicando assim a qualidade de vida do indivíduo.

Ao abrir a boca para respirar, há desequilíbrio nas funções orofaciais, prejudicando tônus muscular e oclusão dentária, o que acarreta, além de dano estético, distúrbio na mastigação e deglutição, com consequências nutricionais. O bloqueio nasal pode, ao longo do tempo, limitar o desenvolvimento do terço médio da face, com mudanças estéticas evidentes. Para aumentar a entrada de ar pela garganta, o indivíduo acaba projetando cabeça e pescoço para frente, desencadeando compensações posturais de todo o corpo. Também pela limitação ao fluxo aéreo, algumas pessoas podem apresentar roncos e apneias (interrupções temporárias da respiração) durante o sono, ocasionando má oxigenação cerebral, traduzida clinicamente por sonolência diurna, dor de cabeça e déficit de aprendizado.

RESPIRA

 

Diante da pluralidade de consequências, o respirador oral requer olhar clínico abrangente e multidisciplinar, a fim de se detectar precocemente a doença, minimizando seus efeitos deletérios. A conduta frente ao respirador oral deve ser individualizada e passa pelo combate à causa e pela reabilitação das sequelas. Nesse aspecto, conscientizar a sociedade acerca da existência dessa síndrome pode ser o passo inicial no controle precoce de seus danos.

Tudo que você precisa saber sobre sua Laringe!

Por: Dr. Erich Melo – Otorrinolaringologista / CRM 5655

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A laringe é um órgão que se localiza no pescoço e faz parte do sistema respiratório. Sua função principal está relacionada à respiração, permitindo a passagem do ar aos pulmões e também protegendo contra a aspiração de líquidos ou alimentos para as vias áreas inferiores. O homem aprendeu a utilizar este órgão para produzir sons, desenvolvendo a fala.

Apesar de podermos utilizar múltiplas formas de comunicação (pelo olhar, por gestos, expressão corporal, expressão facial), a voz é responsável por uma porcentagem muito grande das informações contidas em uma mensagem que estamos veiculando e revela muitas características sobre nós mesmos.

Você sabe como sua voz é produzida?

Ela é produzida a partir de um som básico gerado na laringe, a partir da vibração das cordas vocais. Quando respiramos silenciosamente, as pregas vocais ficam abertas (1), ou seja, afastadas entre si, para permitir a entrada e a saída do ar. Quando produzimos a voz, as pregas vocais se aproximam (2). O ar, então, passa entre elas e as faz vibrar, produzindo o som (3).

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O som básico produzido pela vibração das pregas vocais percorre a laringe e a faringe até sair pela boca e/ou pelo nariz, sendo amplificado através dessas cavidades de ressonância, que funcionam com um alto falante natural da fonação.

Após percorrer este caminho, os sons são articulados principalmente na cavidade da boca, por movimentos de língua e lábios. Tais movimentos devem ser precisos para produzir sons claros e tornar inteligível a mensagem que se quer transmitir.

Embora essa explicação esteja focalizada no que acontece na laringe quando o som é produzido, o início do processo de fonação ocorre bem antes. É o nosso cérebro que vai comandar todo o processo de entrada e saída do ar, do posicionamento e vibração das pregas vocais e da produção dos sons da fala.

Quais as doenças que podem acometer sua laringe?

Há um grande número de doenças que pode acometer sua laringe, comprometendo sua respiração e/ou sua voz. Por exemplo, patologias congênitas, benignas (lesões por abuso vocal, inflamações e infecções) e malignas (tumores de laringe). O otorrinolaringologista é o profissional médico habilitado para o diagnóstico e o tratamento desses problemas, contando com o apoio do fonoaudiólogo na terapia dos distúrbios da voz.

Quais os cuidados que você deve ter com sua voz?

1. Beba água, regularmente, para hidratar o organismo e favorecer uma emissão vocal sem tensão.

2. Mantenha uma alimentação saudável e regular. Isso ajuda a prevenir o refluxo, que é prejudicial à laringe e às pregas vocais.

3. Evite achocolatados e derivados do leite quando for utilizar sua voz, pois estes alimentos aumentam a produção de secreção no trato vocal e dificultam a emissão.

4. Tenha momentos de descanso durante o dia, poupando a sua voz.

5. Evite gritar ou falar frequentemente em forte intensidade: sempre que possível procure se aproximar do outro para conversar. Evite competição sonora: ao falar, abaixe o volume da TV e/ou do som.

6. Enquanto estiver falando, mantenha a postura do corpo sempre ereta, no eixo, porém relaxada e livre de tensões (principalmente a cabeça).

7. Esteja atento à ingestão de líquidos em temperaturas extremas, ou seja, muito gelado ou muito quente.

8. Evite pigarrear ou tossir demais, pois isso provoca um forte atrito entre as pregas vocais, irritando-as.

9. Evite falar enquanto pratica exercícios físicos.

10. Fique atento a possíveis ressecamentos do trato vocal quando estiver exposto ao ar-condicionado.

11. Evite chupar balas ou pastilhas fortes, assim como utilizar sprays, que mascaram o sintoma de garganta irritada e faz com que você produza a voz com esforço, sem perceber.

12. Evite falar muito quando estiver gripado ou em crise alérgica.

13. Evite usar roupas apertadas na região do pescoço e na cintura.

14. Evite fumar e ingerir bebidas alcoólicas em excesso.

15. Evite falar grosso ou fino demais, travar os dentes ao falar e falar muito rápido.

16. Tenha uma voz com entonação variada, articule bem as palavras, perceba-se enquanto fala, acalme-se, faça pausas expressivas e respiratórias.

17. Evite se automedicar.

18. Quando você estiver com uma rouquidão por mais de 15 dias, consulte um médico otorrinolaringologista e/ou um Fonoaudiólogo.