Semana do Sono 2019
Semana do Sono. Se você tem ou conhece alguém com dificuldade em dormir, saiba que este problema influencia demais a qualidade de vida. Dr. Thiago Chianca traz excelentes orientações para melhorar o sono.
Semana do Sono. Se você tem ou conhece alguém com dificuldade em dormir, saiba que este problema influencia demais a qualidade de vida. Dr. Thiago Chianca traz excelentes orientações para melhorar o sono.
Por: Dr. Thiago Chianca Ferreira / CRM: 5964
O ronco e a apneia do sono
O ronco e a apneia obstrutiva do sono são problemas de saúde que acometem cerca de 30% das pessoas em todo o mundo. O ronco acontece quando o ar passa num espaço estreitado causando uma vibração dos tecidos na parte posterior da boca e faringe; essa turbulência de ar produz um som conhecido como ronco. A apneia do sono é caracterizada pela obstrução total e recorrente do fluxo de ar para os pulmões, podendo causar diminuição do oxigênio circulante no sangue.
O indivíduo que ronca, ou possui apneia, tem um sono muito superficial e com despertares que fazem com que ele não “descanse” durante a noite.
Nariz X Ronco / Apneia
A obstrução nasal, por alterações na estrutura ou no revestimento nasal, aumenta a resistência da via aérea superior e pode levar ao aumento do esforço respiratório, contribuindo assim para a existência do ronco e da apneia do sono.
O nariz obstruido pode ocasionar uma respiração oral noturna, levando a uma mudança no posicionamento da mandíbula (queixo), com queda da língua e obstrução da via aérea.
O aumento na resistência da respiração nasal ocasiona ainda uma alteração no equilíbrio dinâmico da via aérea, facilitando que ocorram colapsos (fechamento na passagem de ar) na via aérea por favorecer uma pressão negativa.
É muito comum a existência de alterações nasais em pacientes que roncam e que têm apneia do sono.
Pacientes que passam a fase da infância e adolescência sem conseguir respirar adequadamente pelo nariz, têm mais chance de desenvolver outras alterações anatômicas que favorecem mais ainda a existência do ronco e da apneia do sono.
As principais alterações nasais que levam a sua obstrução são o desvio do septo nasal, a hipertrofia (aumento) dos cornetos, hipertrofia de adenoide e algumas doenças que levam a inflamação da mucosa que reveste a cavidade do nariz internamente, como rinites, sinusites, pólipos, etc.
Diagnóstico
O diagnóstico das alterações nasais é feito com a história clínica e o exame otorrinolaringológico completo, podendo ser usados exames como a videoendoscopia nasal e/ou a tomografia computadorizada de face/seios da face.
Já o diagnóstico das alterações do sono (como ronco e apneia) é complementado com o exame de polissonografia, que é realizado durante uma noite inteira de sono, acompanhado integralmente por técnico treinado. Neste momento se registram variáveis importantes para o preciso diagnóstico. São posicionados alguns sensores no paciente de maneira a permitirem movimentação do corpo durante o sono.
Tratamento
O tratamento da obstrução nasal visa alcançar uma melhora na passagem de ar através do nariz pela diminuição da resistência nessa estrutura. Consiste no tratamento clínico com uso de medicamentos nasais ou via oral e no tratamento cirúrgico com a correção das alterações anatômicas que possam servir de barreira para o bom fluxo aéreo.
A melhora da função nasal, além de beneficiar a qualidade de vida do paciente durante o dia, também propicia um sono de melhor qualidade com menos despertares (menor fragmentação do sono), gerando menos sonolência diurna, sendo item de extrema importância no planejamento terapêutico para o paciente com ronco e apneia do sono.
Por: Drª. Diana L. Lacerda Martins – Otorrinolaringologista / CRM 7252
A síndrome do respirador oral é caracterizada pela substituição da respiração nasal exclusiva por uma respiração de suplência oral ou mista. É frequente no consultório do otorrinolaringologista e do pediatra e, segundo alguns estudos brasileiros, afeta até 50% das nossas crianças. Dentre as principais causas de obstrução nasal, estão a rinite alérgica e a aumento de adenoide e amígdalas.
De acordo com a duração, a intensidade e a época de instalação, a respiração oral pode causar sérias alterações na estrutura craniofacial, nas funções estomatognáticas (mastigação, deglutição, fonação), na nutrição, na postura, no sono e no aprendizado, prejudicando assim a qualidade de vida do indivíduo.
Ao abrir a boca para respirar, há desequilíbrio nas funções orofaciais, prejudicando tônus muscular e oclusão dentária, o que acarreta, além de dano estético, distúrbio na mastigação e deglutição, com consequências nutricionais. O bloqueio nasal pode, ao longo do tempo, limitar o desenvolvimento do terço médio da face, com mudanças estéticas evidentes. Para aumentar a entrada de ar pela garganta, o indivíduo acaba projetando cabeça e pescoço para frente, desencadeando compensações posturais de todo o corpo. Também pela limitação ao fluxo aéreo, algumas pessoas podem apresentar roncos e apneias (interrupções temporárias da respiração) durante o sono, ocasionando má oxigenação cerebral, traduzida clinicamente por sonolência diurna, dor de cabeça e déficit de aprendizado.
Diante da pluralidade de consequências, o respirador oral requer olhar clínico abrangente e multidisciplinar, a fim de se detectar precocemente a doença, minimizando seus efeitos deletérios. A conduta frente ao respirador oral deve ser individualizada e passa pelo combate à causa e pela reabilitação das sequelas. Nesse aspecto, conscientizar a sociedade acerca da existência dessa síndrome pode ser o passo inicial no controle precoce de seus danos.
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