Sempre é bom trocar o travesseiro
Cerca de 20% da população do planeta sofre de rinite alérgica, um dos tipos mais comuns de alergia, segundo um estudo norte-americano. O problema ocorre em função de um processo inflamatório da mucosa nasal decorrente de uma reação exagerada a um ou mais alérgenos – substância capaz de desencadear uma hipersensibilidade e interpretada pelo sistema imunológico como agressora.
Dentre os principais sintomas de rinite estão as crises de espirros, obstrução nasal, coriza, dor de cabeça, lacrimejamento ou coceira no nariz, nos olhos, na garganta e no céu da boca. O que fazer, então, para prevenir-se contra essas indesejáveis manifestações do organismo?
Atenção especial
A consultora do sono Renata Federighi alerta para um cuidado simples, mas que poucos indivíduos atentam, que é a troca regular dos travesseiros. Embora seja indispensável manter a casa sempre limpa e arejada para evitar o acúmulo de poeira, ácaros, fungos e pelos, o travesseiro também merece atenção especial.
“O que poucas pessoas sabem é que, com o tempo, o produto acumula em seu interior micro-organismos que se alimentam das secreções que eliminamos durante o sono pela boca (saliva), ouvidos (cerume), olhos (lágrimas), nariz (coriza), cabelos (seborreia) e pele (suor e pele morta). Somando tudo isso às secreções artificiais, tais quais cosméticos, perfumes, tinturas e maquiagem, é possível avaliar a contaminação maciça diária a que são submetidos”, previne.
Para se ter uma ideia, um travesseiro sem proteção antimicrobiana, com seis meses de uso, já contém cerca de 300 mil ácaros e, após dois anos, até 25% do seu peso pode ser formado por ácaros vivos, mortos e suas fezes. “Por isso, é essencial realizar a troca do produto a cada dois anos, prazo recomendado por especialistas”, orienta Renata.
Os desavisados
O professor de canto Mateus Silva Xavier, 22, que sofre de rinite alérgica desde criança e sempre tem complicações na respiração, nunca procurou um especialista para entender melhor a causa. Ele procura evitar cortinas, pelos de animais, pelúcias, almofadas e tudo que possa piorar o seu estado de alergia. “Nunca procurei um médico entendido do assunto, mas vou à farmácia é uso sempre o mesmo antialérgico”, disse.
Questionado se sabia que o travesseiro é um grande potencializador da rinite alérgica, Mateus respondeu que essa informação era um fato novo para ele e que usa o mesmo travesseiro há pelo menos quatro anos
A secretária escolar Lucielly Angra, 24, também sofre de rinite alérgica envolvendo todas as vias respiratórias. Ela sempre procura o médico quando está em estado crítico e são receitados os mesmos medicamentos que aliviam momentaneamente os sintomas.
Lucielly é mais uma que não sabia das causas negativas que o travesseiro pode causar em sua rinite e demora anos para trocar os objetos, “troquei todos da minha casa que utilizávamos há uns dois anos”, diz.
Causa passada pela genética da secretária escolar fez com que os filhos também desenvolvessem a alergia. “Eu tenho um menino e uma menina e eles também têm rinite alérgica, a minha filha, em potencial, por dormir com uma fralda de pano”, contou.
Dicas
É importante ressaltar também que, ao contrário do que se imagina, não é indicado expor os travesseiros ao sol, já que, no interior do produto, os ácaros encontram um ambiente favorável para a sua proliferação. Além disso, a radiação ultravioleta oxida a superfície do material do travesseiro, deixando-a amarelada. “O ideal é arejar e ventilar o travesseiro, protegido por uma fronha, sempre sob luz indireta. Esta medida irá aumentar a saúde e a durabilidade do produto. A lavagem deve ser feita apenas se o produto for lavável e se for possível garantir a sua secagem completa, seguindo-se as instruções de limpeza. Se for lavar em lavanderias, que é o ideal, exija que essas instruções sejam totalmente observadas”, recomenda a consultora.
Lembre-se, manter os cuidados com a higiene dos travesseiros é um dos fatores fundamentais para prevenir-se contra as alergias e, sobretudo, para proporcionar noites de sono mais tranquilas e saudáveis.
Fonte: dm.com.br
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