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O papel do nariz no ronco e na apneia do sono

Por: Dr. Thiago Chianca Ferreira / CRM: 5964

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O ronco e a apneia do sono

O ronco e a apneia obstrutiva do sono são problemas de saúde que acometem cerca de 30% das pessoas em todo o mundo. O ronco acontece quando o ar passa num espaço estreitado causando uma vibração dos tecidos na parte posterior da boca e faringe; essa turbulência de ar produz um som conhecido como ronco. A apneia do sono é caracterizada pela obstrução total e recorrente do fluxo de ar para os pulmões, podendo causar diminuição do oxigênio circulante no sangue.

O indivíduo que ronca, ou possui apneia, tem um sono muito superficial e com despertares que fazem com que ele não “descanse” durante a noite.

Nariz X Ronco / Apneia

A obstrução nasal, por alterações na estrutura ou no revestimento nasal, aumenta a resistência da via aérea superior e pode levar ao aumento do esforço respiratório, contribuindo assim para a existência do ronco e da apneia do sono.

O nariz obstruido pode ocasionar uma respiração oral noturna, levando a uma mudança no posicionamento da mandíbula (queixo), com queda da língua e obstrução da via aérea.

O aumento na resistência da respiração nasal ocasiona ainda uma alteração no equilíbrio dinâmico da via aérea, facilitando que ocorram colapsos (fechamento na passagem de ar) na via aérea por favorecer uma pressão negativa.

É muito comum a existência de alterações nasais em pacientes que roncam e que têm apneia do sono.

Pacientes que passam a fase da infância e adolescência sem conseguir respirar adequadamente pelo nariz, têm mais chance de desenvolver outras alterações anatômicas que favorecem mais ainda a existência do ronco e da apneia do sono.
As principais alterações nasais que levam a sua obstrução são o desvio do septo nasal, a hipertrofia (aumento) dos cornetos, hipertrofia de adenoide e algumas doenças que levam a inflamação da mucosa que reveste a cavidade do nariz internamente, como rinites, sinusites, pólipos, etc.

Diagnóstico

O diagnóstico das alterações nasais é feito com a história clínica e o exame otorrinolaringológico completo, podendo ser usados exames como a videoendoscopia nasal e/ou a tomografia computadorizada de face/seios da face.

Já o diagnóstico das alterações do sono (como ronco e apneia) é complementado com o exame de polissonografia, que é realizado durante uma noite inteira de sono, acompanhado integralmente por técnico treinado. Neste momento se registram variáveis importantes para o preciso diagnóstico. São posicionados alguns sensores no paciente de maneira a permitirem movimentação do corpo durante o sono.

Tratamento

O tratamento da obstrução nasal visa alcançar uma melhora na passagem de ar através do nariz pela diminuição da resistência nessa estrutura. Consiste no tratamento clínico com uso de medicamentos nasais ou via oral e no tratamento cirúrgico com a correção das alterações anatômicas que possam servir de barreira para o bom fluxo aéreo.

A melhora da função nasal, além de beneficiar a qualidade de vida do paciente durante o dia, também propicia um sono de melhor qualidade com menos despertares (menor fragmentação do sono), gerando menos sonolência diurna, sendo item de extrema importância no planejamento terapêutico para o paciente com ronco e apneia do sono.

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Sempre é bom trocar o travesseiro

Cerca de 20% da população do planeta sofre de rinite alérgica, um dos tipos mais comuns de alergia, segundo um estudo norte-americano. O problema ocorre em função de um processo inflamatório da mucosa nasal decorrente de uma reação exagerada a um ou mais alérgenos – substância capaz de desencadear uma hipersensibilidade e interpretada pelo sistema imunológico como agressora.

Dentre os principais sintomas de rinite estão as crises de espirros, obstrução nasal, coriza, dor de cabeça, lacrimejamento ou coceira no nariz, nos olhos, na garganta e no céu da boca. O que fazer, então, para prevenir-se contra essas indesejáveis manifestações do organismo?

Atenção especial

A consultora do sono Renata Federighi alerta para um cuidado simples, mas que poucos indivíduos atentam, que é a troca regular dos travesseiros. Embora seja indispensável manter a casa sempre limpa e arejada para evitar o acúmulo de poeira, ácaros, fungos e pelos, o travesseiro também merece atenção especial.

“O que poucas pessoas sabem é que, com o tempo, o produto acumula em seu interior micro-organismos que se alimentam das secreções que eliminamos durante o sono pela boca (saliva), ouvidos (cerume), olhos (lágrimas), nariz (coriza), cabelos (seborreia) e pele (suor e pele morta). Somando tudo isso às secreções artificiais, tais quais cosméticos, perfumes, tinturas e maquiagem, é possível avaliar a contaminação maciça diária a que são submetidos”, previne.

Para se ter uma ideia, um travesseiro sem proteção antimicrobiana, com seis meses de uso, já contém cerca de 300 mil ácaros e, após dois anos, até 25% do seu peso pode ser formado por ácaros vivos, mortos e suas fezes. “Por isso, é essencial realizar a troca do produto a cada dois anos, prazo recomendado por especialistas”, orienta Renata.

Os desavisados

O professor de canto Mateus Silva Xavier, 22, que sofre de rinite alérgica desde criança e sempre tem complicações na respiração, nunca procurou um especialista para entender melhor a causa. Ele procura evitar cortinas, pelos de animais, pelúcias, almofadas e tudo que possa piorar o seu estado de alergia. “Nunca procurei um médico entendido do assunto, mas vou à farmácia é uso sempre o mesmo antialérgico”, disse.

Questionado se sabia que o travesseiro é um grande potencializador da rinite alérgica, Mateus respondeu que essa informação era um fato novo para ele e que usa o mesmo travesseiro há pelo menos quatro anos

A secretária escolar Lucielly Angra, 24, também sofre de rinite alérgica envolvendo todas as vias respiratórias. Ela sempre procura o médico quando está em estado crítico e são receitados os mesmos medicamentos que aliviam momentaneamente os sintomas.

Lucielly é mais uma que não sabia das causas negativas que o travesseiro pode causar em sua rinite e demora anos para trocar os objetos, “troquei todos da minha casa que utilizávamos há uns dois anos”, diz.

Causa passada pela genética da secretária escolar fez com que os filhos também desenvolvessem a alergia. “Eu tenho um menino e uma menina e eles também têm rinite alérgica, a minha filha, em potencial, por dormir com uma fralda de pano”, contou.

Dicas

É importante ressaltar também que, ao contrário do que se imagina, não é indicado expor os travesseiros ao sol, já que, no interior do produto, os ácaros encontram um ambiente favorável para a sua proliferação. Além disso, a radiação ultravioleta oxida a superfície do material do travesseiro, deixando-a amarelada. “O ideal é arejar e ventilar o travesseiro, protegido por uma fronha, sempre sob luz indireta. Esta medida irá aumentar a saúde e a durabilidade do produto. A lavagem deve ser feita apenas se o produto for lavável e se for possível garantir a sua secagem completa, seguindo-se as instruções de limpeza. Se for lavar em lavanderias, que é o ideal, exija que essas instruções sejam totalmente observadas”, recomenda a consultora.

Lembre-se, manter os cuidados com a higiene dos travesseiros é um dos fatores fundamentais para prevenir-se contra as alergias e, sobretudo, para proporcionar noites de sono mais tranquilas e saudáveis.

Fonte: dm.com.br

Menopausa aumenta chance de ronco e cansaço diurno

Há quem diga que o ronco é uma exclusividade masculina, mas, de acordo com artigo escrito por Barbara Metcalfe, as mulheres também podem causar problemas para o companheiro durante uma noite de sono. E o quadro tem a ver com a menopausa: ela afirma que as mulheres se tornam mais propensas a desenvolver a condição neste período, por conta dos baixos níveis de estrogênio e progesterona, que ajudam a proteger os músculos ao redor das vias aéreas durante a idade fértil.

Ela própria enfrenta o problema e conta a trajetória da descoberta até o tratamento. Em uma viagem de trem, Barbara acordou com um forte barulho de ronco e gargalhadas da própria família, já que estavam atravessando uma área silenciosa, o que fez com que todos os passageiros ouvissem. Ao perceber que a autora do ronco era ela mesma, se sentiu constrangida. Barbara também vinha ignorando os alertas do marido e da filha, que diziam que ela costumava roncar quando dava pequenos cochilos. “Sempre achei que roncar era o resultado dos excessos, particularmente de cerveja, cigarro e alimentos gordurosos. Como eu não bebo álcool, fumo ou como comida gordura, por que eu estaria roncando?”, questionou-se.

Nos últimos cinco anos, ela também notou que cai no sono em plena luz do dia “diante do computador, no cinema ou em frente a TV. “Até mesmo no telefone, e durante conversas com a minha família, com uma xícara de chá nas mãos”, observa. A princípio, chegou a imaginar que era só cansaço, fruto de um estilo de vida agitado.

O ronco e a inexplicável sonolência diurna podem não representar nada, mas os dois combinados ao peso do corpo e à idade (acima dos 50) de Barbara indicaram que ela era suscetível à Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS), que interrompe a respiração enquanto a pessoa está adormecida. Durante o sono, as vias aéreas relaxam naturalmente, mas, com a apneia do sono, os músculos e tecidos macios ao redor delas também relaxam e causam uma obstrução. O ronco, por sua vez, é causado pelo ar que é forçado através de um espaço mais restrito.

Mas, se estas vias se tornam completamente bloqueadas, você pode parar de respirar por 10 segundos ou mais até sufocar. E é aí que o cérebro começa o processo da respiração de novo. “Embora você não tenha acordado completamente, seu cérebro acorda cada vez que há o bloqueio, e isso é que causa o terrível cansaço durante o dia”, explica Adrian Willians, professor de medicina do sono na King’s College London.

A Apneia Obstrutiva do Sono não tratada, a longo prazo, está ligada a problemas como pressão alta, diabetes do tipo 2, ataques cardíacos e derrames e também pode gerar ganho de peso. Isso porque os hormônios que controlam o apetite são alterados pela falta de sono, segundo Willians. “O hormônio que traz saciedade é reduzido, enquanto outros sinais de apetite aumenta, o que pode trazer o ganho de peso e piorar o SAOS”, explica o profissional.

Outro dado alarmante, da British Snoring and Sleep Apnoea Foundation, é que 80% das pessoas que sofrem do mal não foram diagnosticadas. De acordo com o órgão, uma das causas deste quadro é a relutância das mulheres em admitir que roncam. Barbara conta que ela própria descobriu a apneia acidentalmente, ao dar entrada no hospital para uma cirurgia de emergência. Durante a operação, o anestesista detectou um problema em suas vias aéreas. Ao fazer exames para confirmar o quadro, ela descobriu que parava de respirar 14 vezes por hora, por vários segundos a cada vez.

O ronco, segundo Willians, é só o “começo da jornada”. Ele acontece quando os tecidos moles, como as fossas nasais, amígdalas ou língua vibram. E isto pode progredir para um quadro de SAOS porque o ronco prejudica os músculos da garganta, tornando-os mais fracos e fazendo com que o músculo esteja mais propenso ao colapso ou ao bloqueio de ar. Existem muitas causas para a SAOS, mas o excesso de peso é um deles. A condição é mais comum em homens de meia idade – cerca de 7% dos homens têm – , principalmente por terem pescoços mais grossos e mais tecido ao redor das vias áreas.

Além disso, 3% das mulheres também são afetadas. Felizmente, existe um tratamento efetivo em forma de uma máscara, acoplada em uma máquina, que impulsiona  o fluxo do ar durante do sono. De acordo com Willians, o aparelho pode ajudar, mas 25% dos pacientes não dão continuidade ao uso pelo fato de ser pouco confortável. Barbara afirma que usa pelo menos três vezes por semana, o que já melhorou a qualidade do sono e reduziu o cansaço ao longo do dia. Ela lembra, ainda, que a perda de peso pode ajudar a amenizar este quadro.

Fonte: Jornal do Brasil

Sabia que 30% da sua vida você passa dormindo?

Por: Dr. Thiago Chianca Ferreira – Otorrinolaringologista / CRM 5964

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A maioria de nós, dorme em média 8 horas por dia. Esse período corresponde a 1/3 ou 30% das 24 horas de nosso dia. Tal divisão, acontece todos os dias de nossas vidas. Geralmente, esse período de sono é esquecido por nós quando falamos em saúde ou doença. Existem vários distúrbios relacionados ao sono e, entre os principais, estão o ronco e a apnéia do sono.

O ronco e a apnéia do sono
O ronco e a apnéia obstrutiva do sono são problemas de saúde que acometem cerca de 30% das pessoas em todo o mundo. O ronco acontece quando o ar passa num espaço estreitado causando uma vibração dos tecidos na parte posterior da boca e faringe, essa turbulência de ar produz um som conhecido como RONCO. A apnéia do sono é caracterizada pela obstrução total e recorrente do fluxo de ar para os pulmões podendo causar diminuição do oxigênio circulante no sangue.

O indivíduo que ronca, ou possui apnéia, tem um sono muito superficial e com despertares que fazem com que o indivíduo não “descanse” durante a noite.

Principais sintomas dos pacientes com ronco e apnéia:

– Ronco alto; – Paradas na respiração;
– Irritabilidade;
– Cansaço;
– Sonolência durante o dia; – Dificuldades com memória e raciocínio;
– Dor de cabeça pela manhã.

A apnéia é ainda fator de risco para outros transtornos de saúde, tais como: Hipertensão arterial de difícil controle, Obesidade, Perda da libido e impotência sexual, Infarto do miocárdio, Derrame cerebral (AVC) e Depressão.

Diagnóstico
O diagnóstico de ronco e apnéia do sono é feito através da história clínica do paciente, exame otorrinolaringológico completo e do exame padrão-ouro que é a Polissonografia.

O que é a Polissonografia?
É um exame realizado durante uma noite inteira de sono acompanhado integralmente por técnico treinado onde se registram várias variáveis importantes para o preciso diagnóstico. São posicionados alguns sensores no paciente de maneira a permitirem movimentação do corpo durante o sono.

Tratamento
É direcionado para cada caso e existem várias modalidades e com ótimos resultados. Podem ser orientadas medidas para perda de peso, tratamento com medicações intra-nasais, realização de procedimentos cirúrgicos, uso de aparelhos intra-orais ou aparelhos de ventilação com pressão positiva (CPAP).

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Sono melhora exercício, equilibra o apetite e ajuda a eliminar gordura

Uma boa noite de sono equilibra hormônios importantes para a recuperação e manutenção de diversas funções do organismo, além de regular o apetite.

Uma boa noite de sono é importante para o aproveitamento tanto nos treinos quanto nas competições. Durante a noite as glândulas hipotálamo e hipófise ficam responsáveis pela produção e liberação de hormonios. Por exemplo, na infância cerca de 90% do hormônio do crescimento é liberado durante o sono. Nos adultos esse hormônio é responsável pelarecuperação da energia física do  corpo e por dar disposição e motivação para as atividades diárias, além de contribuir para a eliminação de gordura, redução da flacidez dos músculos e da fragilidade dos ossos.

O apetite também está ligado ao sono, durante o descanso é liberada uma grande quantidade deleptina, hormônio que age principalmente no controle do apetite, no aumento do gasto energético e no metabolismo da glicose e das gorduras.

A atenção, a concentração e memorização podem ficar comprometidas quando o sono é ineficaz, prejudicando as atividades que requeiram maior precisão. Além disso, o cansaço físico pode diminuir a força e velocidade da resposta muscular.

A falta de sono afeta a atenção e a concentração, como os movimentos musculares no esporte precisam de boa atenção para uma adequada sincronia e máximo desempenho, a insônia pode afetar o resultado.

A falta de sono compromete seriamente vários processos metabólicos fundamentais para o equilíbrio de todo o organismo a curto, a médio e longo prazo.

-Entre as consequências da insônia destaca-se o estresse crônico que afeta o equilíbrio de um hormônio chamado cortisol que é importante para o sistema imunológico, deixando o organismo mais susceptível a infecções, comenta o Dr. Alexandre Leopold Busse.

A redução das horas de sono aumenta o risco de desenvolver diabetes já que inibe a produção de insulina pelo pâncreas (a insulina é o hormônio que retira o excesso de açúcar do sangue). Outras consequências da insônia são depressão, irritabilidade, dor de cabeça.

Boa noite de sono
Uma boa noite de sono depende de muitos fatores e existem variações individuais, mas um adulto necessita de 7 a 8 horas de sono para que o corpo se recupere. As crianças precisam de mais horas e idosos menos horas para uma boa recuperação

Dicas para se ter uma boa noite de sono:

-Ter horários regulares para deitar e levantar.
-Ambiente com baixa luminosidade e baixo ruído, além de adequada temperatura.
-Evitar abuso de café, chás, refrigerantes e bebidas alcoólicas principalmente de noite.
-Evitar ler ou assistir televisão na cama.
-Evitar sonecas prolongadas durante o dia.
Exercício ajuda contra a insônia

-A maioria dos casos de insônia crônica são causados por problemas emocionais como ansiedade, depressão e estresse. Os exercícios físicos ajudam a regular o sono e são coadjuvantes no tratamento dos problemas emocionais, a atividade física libera endorfinas, substâncias relacionados à sensação de bem estar, complementa Dr. Alexandre.

Quando o esporte é praticado ao ar livre, com exposição à luz, tem um efeito adicional na regulação de um hormônio chamado melatonina que também tem participação na regulação do sono.

Hora certa de treinar

Os exercícios físicos ajudam comprovadamente a ter um sono melhor. Porém algumas pessoas podem ter o sono prejudicado quando se exercitam à noite. Durante o exercício existe uma liberação de adrenalina que pode, em algumas pessoas, ter uma excitação psíquica por tempo mais prolongado no pós-exercício e atrapalhar o início do sono. Portanto se o exercício for feito mais cedo, haverá naturalmente um relaxamento após algum tempo oque pode até favorecer o início do sono.
Fonte: Globo Esporte

Especialista em Medicina do Sono dá dicas para uma noite tranquila

Veja como não rolar na cama todas as noites.

Dormir é uma necessidade de todos, porém, muitos sentem dificuldades para ter uma noite de sono tranquila, o que provoca um estado de nervosismo e dificuldade de concentração. Segundo a otorrinolaringologista e médica especialista em sono, Angela Beatriz Lana, as pessoas que sofrem de insônia, ou aquelas que dormem pouco ou ainda as pessoas privadas de sono, como as mães de recém-nascidos, por exemplo, costumam ser irritadas e impacientes, e o trabalho e o relacionamento dessas pessoas com outras podem se tornar impossíveis.

“Erros no trabalho são mais comuns, as atividades são realizadas com maior dificuldade e demandam mais tempo para serem finalizadas, pelo raciocínio estar mais lento. O ambiente de trabalho e o familiar ficam tumultuados por brigas sem sentido, causadas por assuntos que seriam banais em situações de menos estresse”, explica ela.

Por isso a necessidade de dormir bem. Se não é possível evitar certas situações de estresse do dia a dia, que fazem com que as pessoas percam o sono – afinal todo mundo já teve os seus dias de insônia –, é possível fazer pequenos ajustes na rotina e no ambiente de dormir, a fim de melhorar o sono.

Por exemplo, muitas pessoas optam por praticar exercícios à noite, porém, quando eles são muito intensos não devem ser praticados logo antes de dormir, pois diminuem o sono, já que o corpo leva mais tempo para desacelerar. “Já a prática de atividades físicas de moderada intensidade e com regularidade ajuda a pessoa a ter um sono mais profundo”, explica a especialista.

O travesseiro e o colchão também são dois fatores importantes. Eles devem ser escolhidos de acordo com o gosto pessoal, mas vale lembrar que os alérgicos devem evitar materiais de preenchimento, como penas e plumas, que pioram a rinite alérgica. Outro ponto importante é que travesseiro tem prazo de validade, fique de olho no seu.

A temperatura também exerce uma importante influência na manutenção do sono. Extremos de temperatura provocam uma maior movimentação do corpo e a sensação de sono não reparador, por isso a temperatura do quarto deve ser amena.

O consumo de bebidas alcoólicas também pode fazer a pessoa não dormir bem. “Na verdade, ela pode ajudar a pessoa a iniciar o sono, mas geralmente leva a um sono fragmentado, com muitos despertares, e quando acorda o indivíduo tem a sensação de estar ainda cansado”, explica Angela, por isso o ideal é evitar as bebidas alcoólicas perto do horário de dormir.

Deve-se evitar a exposição a luz forte à noite. “O hábito de usar o computador na cama realmente atrapalha o sono. A luz emitida pelas telas é recebida pelos nossos olhos na retina e reduz a produção da melatonina (hormônio regulador do sono)”, explica a especialista. Por isso, o ideal é evitar ficar no computador pouco antes de dormir, pois isso pode lhe tirar o sono.

A dica final da especialista é manter uma rotina. “A escuridão e o silêncio do quarto somados a uma rotina de sono, ou seja, acordar e levantar na maioria dos dias nos mesmos horários, também são importantes para assegurar uma boa noite de sono”, finaliza Angela.

Fote: imirante.globo.com

Apneia do sono

A síndrome da apneia é caracterizada pela obstrução das vias aéreas.

A síndrome da apneia obstrutiva do sono, também conhecida como SAOS, é caracterizada pela obstrução das vias aéreas por pelo menos 10 segundos durante o sono, causando a apneia (interrupção completa do fluxo de ar através da boca ou do nariz) ou a hipopneia (interrupção parcial, com redução de 30% a 50% do fluxo de ar).

Os principais sintomas apresentados por quem sofre desta síndrome são:

  • Sonolência constante;
  • Dificuldade de memorização e concentração;
  • Roncar, por vezes excessivamente alto;
  • Acordar com sensação de sufocamento;
  • Refluxo;
  • Boca seca;
  • Vontade de urinar.

Como não consegue descansar por ter o sono interrompido diversas vezes, a pessoa também apresenta cansaço, dificuldade de permanecer acordada durante atividades tranquilas, irritabilidade, depressão, redução da libido, impotência sexual e dor de cabeça pela manhã.

Em pacientes obesos, é comprovado o expressivo aumento do risco de desenvolvimento da SAOS. A distribuição da gordura desempenha um importante papel no desenvolvimento de síndrome, mais ainda que o IMC, o peso ou a gordura corporal total.

Os indivíduos com maior concentração de gordura visceral androide são potenciais candidatos ao desenvolvimento da síndrome. Por este motivo, os homens são os principais afetados. A idade também interfere, sendo mais comum apresentar a SAOS entre os 50 e 70 anos, devido à presença de outras doenças.

Por sua vez, a SAOS pode conduzir ao aumento de peso através da sonolência diurna e alterações metabólicas. Estes dois estados patológicos, a obesidade e a síndrome, estão associados à elevada morbidade, afetando especialmente o sistema cardiovascular.

As primeiras medidas terapêuticas instituídas aos doentes com SAOS incluem perder peso, dormir em posição lateral e evitar principalmente deitar-se com a barriga para cima, evitar o tabagismo, manter uma higiene do sono adequada (como, por exemplo, adormecer em horário regular, em ambiente silencioso e escuro) e evitar substâncias como o álcool.

A perda de peso é fundamental no tratamento de doentes obesos com SAOS, e mesmo ligeira perda de peso parecem estar associadas a melhorias significativas desta síndrome. Em casos específicos a SAOS pode ser tratada com cirurgias.

Se você possui alguns dos sintomas descritos acima, procure um médico. Nunca se automedique.

Fonte: Artigo Síndrome de Apneia Obstrutiva do Sono e Obesidade – Revista da SPCNA (2006)

Soneca tem poder restaurador e melhora capacidade cognitiva

Você acordou cedo, trabalhou a manhã toda e, depois do almoço, é acometido por aquela bobeira avassaladora, capaz de roubar toda a sua energia ou transformar sua habitual disposição em preguiça. Nessa hora, tudo o que você deseja é se entregar à leseira e restabelecer seu estado de ânimo com uma simples e despretensiosa sonequinha. Mas será que 10 minutinhos adiantam?

Os especialistas garantem que esse tempo destinado ao descanso já é válido. O período ideal recomendado, no entanto, é de 30 minutos, em média. Uma soneca com mais de uma hora já faz o ciclo completo do sono.

– Pesquisas evidenciaram que, considerando adultos saudáveis, um cochilo de até 30 minutos pode melhorar a capacidade cognitiva, a memória e o aprendizado no restante do dia – ressalta o neurologista Alan Christmann Fröhlich, especialista em medicina do sono.

Fröhlich lembra, entretanto, que sonecas mais prolongadas podem causar um efeito chamado inércia do sono, em que ocorre uma piora temporária da performance cognitiva e do humor após o despertar.

Visto com resistência por gestores mais conservadores e com simpatia pelos mais liberais, o cochilo durante o expediente pode devolver parte da qualidade de vida perdida em meio à correria cotidiana.

– A população está dormindo menos. A privação de sono pode causar vários problemas de saúde, cognitivos, de aprendizado, de memória e alterações no humor. O ideal é se organizar para dormir mais, mas quando não dá, a soneca ajuda muito – diz Fábio Haggstram, pneumologista do Hospital São Lucas da PUCRS e da clínica PneumoSono.

Para um repouso tranquilo, algumas medidas são importantes. Consultora do sono, Renata Federighi explica que manter o quarto arejado, escuro e silencioso, usar travesseiros adequados e fazer refeições leves colaboram para o bom descanso.

Hábito comum em países como Espanha, Itália e Argentina, a sesta é quase um luxo no Brasil. Por aqui, são raros os sortudos com flexibilidade de horário que têm o privilégio de dormir alguns minutos depois do almoço. Em terras espanholas, o comércio fecha ao meio-dia e só reabre perto das 15h, hábito que permite aos moradores descansarem antes do segundo turno de trabalho.

Mesmo na terra da “siesta”, nem todos são adeptos da prática. Por incrível que pareça, há quem reclame do intervalo prolongado para a preguiça. O executivo espanhol Joan Gratacos, 43 anos, é um exemplo. Quando morava em Barcelona, não costumava fazer a pausa, como seus conterrâneos. Morando no Brasil há um ano e meio, ele comemora que o hábito não faça parte da cultura local:

– Adoro o horário comercial aqui, permite organizar melhor as necessidades de todo mundo.

 Fonte: Zero Hora

Saiba a diferença entre Ronco e Apnéia

O ronco é bastante frequente, principalmente em mulheres e homens acima de 40 anos, respectivamente 24% e 36% dessas pessoas sofrem com esta queixa.

Ele é o ruído causado pela vibração de estruturas da via respiratória durante a passagem do ar.

As principais causas para isso acontecer são:

  • Obstrução nasal: o nariz congestionado resulta em uma necessidade de maior força inspiratória, consequentemente, maiores chances de colapso de algumas partes da via respiratória produzindo o ronco.
  • Baixo tônus muscular: o relaxamento dos músculos da garganta provocando o estreitamento da via aérea. Em todas as pessoas esses músculos relaxam durante o sono mas em algumas esse relaxamento causa um estreitamento, provocando o som. Um relaxamento maior ocorre após ingestão de bebidas alcoólicas e uso de medicação indutora de sono, aumentando a chance de aparecimento do ronco.
  • Excesso de tecidos moles na garganta: ganho de peso, conformação da região do pescoço (circunferência cervical aumentada), aumento dos tecidos linfóides (amígdalas e adenóide) causam obstrução à passagem do ar.
  • Anatomia do palato mole e úvula: o céu da boca (palato) e a úvula (campainha), quando aumentados estreitam também a passagem do ar.

 

O que é apnéia?
Apnéia é sinônimo de parada respiratória, pode ser de duração variável e ocorrer durante o sono devido a oclusão ou semioclusão das VAS.

O distúrbio é comum e acomete todas as idades e ambos os sexos, independentemente do peso, embora seja mais freqüente nos obesos e pessoas com sobrepeso.

Nem todas as pessoas que roncam apresentam apnéia, apenas uma parcela delas. Nessas pessoas, ocorre um estreitamento que produz o som, mas sem um fechamento da via aérea.

Quase todas as pessoas que têm apnéia roncam. É raro, mas pode acontecer da pessoa ter apnéia sem roncar.

Como eu sei se tenho ou não apnéia?

O melhor exame para o diagnóstico se chama Polissonografia. Ele é realizado em hospitais e clínicas especializadas. O paciente deve dormir durante o exame, enquanto vários parâmetros são monitorizados e avaliados. Com esse exame não só conseguimos saber se o paciente tem ou não apnéia, como também qual é o grau da mesma. Outros distúrbios do sono podem ser também diagnosticados com esse exame.

Mas enfim, quais as consequências do ronco e da apnéia ?
O ronco simplesmente, sem apnéia, pode causar problemas no âmbito social, pois o roncador frequentemente é motivo de ridicularização, além de atrapalhar o sono dos que compartilham o ambiente. Além disso, essa respiração bucal noturna pode causar outros problemas como faringites em maior frequência que o normal. Já a presença da apnéia mostra que o caso é mais grave. A curto prazo já podemos perceber as repercussões, como a sonolência diurna, cansaço e sensação de sono não reparador. Isso ocorre devido a fragmentação do sono. A longo prazo apnéia já foi associada a hipertensão arterial, a risco aumentado de infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral (derrame) e insuficiência cardíaca congestiva.

Qual é o tratamento?
Há vários tipos de tratamento e a decisão do médico sobre qual é melhor para cada paciente leva em consideração diversos fatores, como o grau da apnéia, variações anatômicas do pescoço, nariz e faringe, peso, etc. Todos os pacientes que têm ronco e apnéia são orientados a perder peso (quando estão com sobrepeso) e a fazer atividade física. A avaliação da respiração nasal também é muito importante.

Além disso, as outras opções de tratamento incluem: CPAP (Continuous positive airway pressure): é um aparelho que injeta ar com pressão positiva contínua na via aérea, fazendo com que cessem as apnéias a medida que aumenta a pressão.

Cirurgia: existem alguns tipos de cirurgias para ronco e apnéia. As indicações de cada uma dependem do tipo de obstrução, da anatomia de cada paciente e do grau da apnéia.

Aparelho intra-oral: é um aparelho que ajuda no posicionamento da língua mais pra frente, ajudando nos casos em que o ronco/ apnéia são devidos a queda da língua para trás durante o sono. Ninguém melhor do que o médico especialista para avaliar qual é o tratamento mais indicado para seu caso.

E as crianças, também apresentam apnéia?
Como os adultos, elas podem ter um quadro de apenas respiração bucal e roncos mas também podem apresentar apnéias. Em uma parcela dos casos, o aumento exagerado das amígdalas e/ou adenóides são os responsáveis, e a cirurgia resolve o problema. Em outros, ocorre o ronco devido `a dificuldade da respiração pelo nariz, que pode ser causada pela rinte alérgica, então o tratamento clínico faz-se necessário. Os sintomas da apnéia na criança são diferentes do que no adulto. Ela geralmente tem sono agitado, e é impaciente durante o dia, com dificuldade de concentração. A manutenção da respiração bucal na criança gera várias repercussões no crescimento da face, no posicionamento dos dentes, na fala, no ganho de peso e crescimento como um todo. Também pode haver repercussões no aprendizado e desenvolvimento.

Dormir mais no fim de semana não compensa semana sem descanso

Uma semana de noites mal-dormidas não se resolve com horas a mais descanso nos fins de semana. O alerta é de uma pesquisa da Faculdade de Medicina Penn State, na Pensilvânia, Estados Unidos.

O estudo foi realizado a partir do monitoramento do sono de homens e mulheres que passaram 13 noites dormindo num laboratório. Nos voluntários que tiveram o sono restrito a apenas seis horas por noite, verificou-se queda na performance das atividades diárias, que não melhorou após um fim de semana com mais horas de descanso.

A pesquisa indica que ficar um pouco mais na cama apenas conferiu um pouco mais de disposição aos insones, mas que eles ainda permaneceram lentos e um pouco mau-humorados.

A conclusão foi tomada a partir da comparação do humor e habilidades quando os pesquisados dormiram oito horas por noite e não demonstraram dificuldades em desempenhar as tarefas cotidianas.

Os homens demonstraram maiores dificuldades em se recuperarem da privação de sono do que as mulheres. Segundo os pesquisadores, as mulheres se mostraram mais descansadas e despertas com horas adicionais de sono no fim de semana.

Fonte: Saude.terra