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Rinite Alérgica

Por: Dra. Júlia Guedes Bisneta – Otorrinolaringologista / CRM: 7422

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O nariz é parte integrante das vias aéreas superiores e o primeiro contato do corpo com o ar inspirado. Ele executa muitas funções importantes, incluindo a de filtrar e umidificar o ar inspirado e é o responsável pelo sentido do olfato. Encontra-se interligado a várias estruturas das vias aéreas, incluindo os ouvidos, os seios paranasais e os olhos, além das vias aéreas inferiores.

A rinite alérgica é a mais comum das doenças alérgicas e é considerada um problema de saúde pública mundial. Embora não seja uma doença grave, é capaz de alterar significativamente a qualidade de vida dos pacientes, seu desempenho e produtividade no trabalho e seu aprendizado escolar. Comumente a rinite alérgica está associada a outras condições, como asma, sinusites, otite média, polipose nasal, infecções de vias aéreas inferiores e outras alergias, aumentando sobremaneira o impacto socioeconômico da doença.

Assim como as outras alergias, a Rinite Alérgica apresenta forte caráter genético, com incidência maior entre indivíduos cujos pais são alérgicos. Sem preferência por gênero ou raça, pode iniciar-se em qualquer idade, sendo mais frequente na criança e no adolescente. É uma doença caracterizada por: prurido nasal, espirros em salva, obstrução nasal, coriza hialina e diminuição do olfato. Esses sintomas são resultantes da ação de mediadores químicos, cuja liberação pode estar associada a mecanismos imunológicos ou não. É caracterizada por uma reação de hipersensibilidade tipo I, mediada por IgE.

A Rinite alérgica costuma ser desencadeada ou agravada pela exposição a aeroalérgenos, mudanças bruscas de temperatura, inalação de ar frio e seco. Os principais aeroalérgenos são os ácaros da poeira, baratas, fungos e de outras fontes alergênicas (epitélio, saliva e urina de animais domésticos); os odores fortes e a fumaça de tabaco são os principais poluentes intradomiciliares. A ocorrência dos sintomas pode ser sazonal ou perene, persistente ou intermitente, agravando-se nos períodos de outono/inverno.

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O diagnostico da rinite alérgica é basicamente clínico, e inclui a história clínica pessoal e familiar de alergia, as condições do ambiente em que o paciente vive/trabalha/estuda, o exame otorrinolaringológico e exames complementares (dentre eles o teste alérgico cutâneo de hipersensibilidade e as dosagens de IgE séricas específicas).

O tratamento da Rinite alérgica é baseado no controle do ambiente, farmacoterapia, imunoterapia específica e orientações. A redução/eliminação dos alergenos é conside-rada fundamental, e a maioria dos pacientes necessitam de tratamento farmacológico para controle dos sintomas. Procure o otorrinolaringologista, o diagnóstico precoce é fundamental para que se possa estabelecer um programa de tratamento.

Você sabe o que é Rinite?

Rinite é uma inflamação das mucosas do nariz. As rinites têm várias causas, desde resfriados, produtos químicos irritantes, medicamentos e alergia. Os sintomas são muito parecidos entre todos os tipos de rinites. A Rinite Alérgica é apenas um dos tipos. A rinite medicamentosa é muito freqüente, pois as pessoas usam medicamentos no nariz sem orientação médica, sem saber quais os riscos que estão correndo. Muitos medicamentos usados no nariz podem causar rinite, ao invés de curá-la. A rinite vasomotora e a rinite causada por irritantes são também muito comuns em cidades grandes, devido ao grande número de poluentes e aos agentes irritantes na atmosfera. A rinite alérgica é muito comum, principalmente onde o ambiente é poluído e a poeira doméstica é abundante, e em locais úmidos, com mofo. Seus sintomas são consequência da resposta do sistema imunológico do próprio indivíduo quando o mesmo entra em contato com alguma substância provocadora (alérgeno).

É contagiosa?

A rinite alérgica não é contagiosa, não passa de pessoa para pessoa. Os pais podem transmitir para os filhos através dos genes, das suas características familiares; por isso filhos de pais alérgicos têm maior chance de manifestar a rinite alérgica durante a vida comparado com os que não têm antecedentes de alergia na família.

Tem cura?

A rinite alérgica tem tratamento, mas não tem cura. Quem tem rinite alérgica pode viver sem sintomas, como qualquer um, quando a rinite é tratada corretamente.

O que faz piorar?

Quanto mais se entrar em contato com as substâncias que causam alergia, piores são os sintomas. Os agentes irritantes da atmosfera poluída pioram muito os sintomas, assim como substâncias químicas, produtos de limpeza, poeira, pêlos de animais. Fumaça de cigarro, inseticida, tintas, combustíveis e até perfumes também podem piorar a rinite alérgica.

Como prevenir?

A melhor forma de tratar a rinite alérgica é a prevenção, com medidas para diminuir a presença de agentes que causam a alergia na sua casa e nos ambientes que você mais frequenta. É preciso evitar sempre as substâncias que desencadeiam a crise de rinite. O PAPEL MAIS IMPORTANTE NO TRATAMENTO DA RINITE ALÉRGICA É SEU e pequenas medidas trazem grandes resultados. Evite a poeira doméstica: retire tudo o que possa juntar poeira em sua casa; evite tapetes, carpetes, cortinas grossas (são locais para o alojamento de ácaros e poeira); os pisos devem ser lisos pois são muito mais fáceis de limpar e não abrigam ácaros; passe sempre um pano úmido sobre os móveis e no chão, se possível diariamente; deixe os ambientes sempre abertos para arejá-los e para que o sol entre neles o maior tempo possível. Evite agentes e substâncias irritantes.

O quarto: local muito importante É normalmente o ambiente mais contaminado por ácaros e nele você passa várias horas dormindo, portanto é o local mais importante e merece muita atenção e cuidados. O colchão deve ser forrado para impedir a passagem de poeira, assim como os travesseiros. Use edredons, desde que não sejam de penas, em lugar de cobertores de lã, e lave-os a cada 10 dias. Coloque as roupas no armário e as de lã, em sacos plásticos fechados. Bichos de pelúcia armazenam muita poeira; livre-se deles ou lave-os a cada 10 dias. Não permita nunca que animais de estimação entrem no quarto. Paredes úmidas e frias, com vazamentos devem ser identificadas e os vazamentos devem ser reparados para eliminar a umidade. Lugares com mofo e manchas devem ser limpos.

A poeira doméstica: Poeira no ambiente doméstico é a maior causa de sintomas como nariz entupido e escorrendo, coceira e espirros durante todo o ano. A poeira de casa também causa tosse e piora a asma. A poeira de casa é uma mistura de vários detritos. Entre eles há as bactérias, os fungos e os ácaros. O ácaro é o principal agente que causa rinite alérgica na poeira. Ele se alimenta de partículas de alimentos e pele humana. Os resíduos que ele produz também causam alergia nas pessoas. O ácaro gosta de ambientes quentes e úmidos, sem luz. Ele não sobrevive em lugares secos e ensolarados. Este inseto vive em lençóis, tapetes, carpetes, colchões, roupas, armários e bancos de automóveis, onde as condições são favoráveis.

E os animais?

Os animais são parte da nossa ida cotidiana. Infelizmente, pessoas alérgicas devem se precaver quanto a trazer animais para dentro de casa. Os animais podem causar alergia através de sua saliva, urina ou pêlos. Além disso, os pêlos e penas acumulam ácaros. Os melhores animais para alérgicos são peixes e tartarugas, que não têm pêlos ou penas.

Evite também: ambientes com pessoas fumando ou lugares enfumaçados. Se possível, ninguém na casa deve fumar. Evite contato com substâncias que tenham cheiro forte (tintas, querosene etc.). Produtos de limpeza: use aqueles que não fazem mal, que tenham odor mais ameno. Use perfumes que não causam alergia ou não use perfume. Evite substâncias em sprays. Use máscara para fazer faxina ou deixe alguém que não tenha alergia fazê-la por você. Não use produtos químicos ou combustíveis.

Tratamento médico:

Quando os sintomas permanecem mesmo com os cuidados acima pode ser necessário o uso de alguma medicação. O médico otorrinolaringologista e/ou o imunologista devem ser consultados para a correta avaliação e acompanhamento. Conseqüências: A obstrução nasal da rinite pode causar várias consequências além do incômodo com seus sintomas: problemas de sono e roncos, desalinhamento dos dentes devido à respiração bucal, voz anasalada etc.