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Café a tarde pode atrapalhar o sono

Muitas pessoas bebem café à tarde para uma dose rápida de energia no final da sua jornada de trabalho. Mas a cafeína da tarde pode estar contribuindo para problemas do sono e cansaço ao longo do dia.

Um estudo recente descobriu que a cafeína atrapalhava significativamente os padrões de sono, mesmo quando ingerida muitas horas antes de deitar.

Os pesquisadores sugeriram que as pessoas parem de usar a cafeína pelo menos seis horas antes de ir dormir.
O principal autor deste estudo foi Christopher Drake, PhD da FAASM, do Centro de Pesquisas de Distúrbios do Sono do Hospital Henry Ford e do Departamento de Psiquiatria e Neurociência Comportamental na Wayne State College of Medicine em Detroit, Michigan.

O estudo incluiu 12 pessoas com idades entre 19 e 48 anos. Todos os participantes foram examinados fisicamente e entrevistados clinicamente e confirmados como pessoas com padrão de sono saudável. Havia seis homens e seis mulheres, e sua idade média era de 29,44 anos.

Nenhum dos participantes tinha insônia ou qualquer histórico atual ou passado de condições psiquiátricas ou médicas.
Cada participante informou dormir entre 6,5 e 9 horas por noite regularmente, com um período médio de 30 minutos para adormecer. Além disso, os participantes relataram tomar três doses de cafeína por dia ou cinco doses de cafeína por semana.

Os pesquisadores consideraram uma dose de cafeína como sendo de 100 mg. Os participantes consumiram uma média de 115 mg de cafeína por dia.

Os pesquisadores instruíram os participantes a manter os seus horários de sono normais durante a primeira semana do estudo. Todos eles tinham que ir dormir entre 21:00 e 1:00 e acordar entre 6:00 e 9:00, e não foram autorizados a cochilar durante o dia.
Em seguida, cada participante recebeu 400 mg de cafeína antes da sua hora de dormir por quatro dias de estudo.

Os dias de estudo foram alternados com dias nos quais os participantes não receberam cafeína.
Cada participante recebeu um comprimido seis horas antes, três horas antes e na hora de dormir — um deles era um comprimido de cafeína e os outros dois eram placebos (comprimidos falsos). Os participantes não sabiam qual pílula continha cafeína.

Os participantes mantiveram suas rotinas de sono e utilizaram monitores à noite para acompanhar os seus padrões de sono.
Os resultados mostraram que o tempo médio gasto para dormir a cada noite diminuiu de 1,1 a 1,2 horas nas três vezes em que a cafeína foi administrada em comparação com o placebo.

Os pesquisadores também descobriram que a cafeína administrada três horas antes de deitar aumentou o tempo até que um participante adormecesse em uma média de 17,2 minutos em comparação com o placebo.

Os resultados também revelaram a quantidade de tempo na qual os participantes permaneceram acordados durante a noite com cada ingestão de cafeína, mas o tempo para a cafeína administrada na hora de dormir não foi estatisticamente significativo.

Para a cafeína administrada seis horas antes de deitar, o horário de despertar aumentou oito minutos em relação ao placebo, e para a cafeína administrada três horas antes de deitar, o horário de despertar aumentou 27,6 minutos.

Os pesquisadores concluíram que tomar 400 mg de cafeína seis horas ou menos antes de dormir pode atrapalhar significativamente o horário de dormir, período de tempo para pegar no sono e tempo acordado durante a noite.

Eles também acreditam que pesquisas adicionais são necessárias com uma população de estudo mais velha.
Os autores observaram algumas limitações do seu estudo.

Primeiramente, os pesquisadores não tiraram amostras de sangue, de maneira que definitivamente não sabem até que ponto a hora de ingestão de cafeína afetou a perturbação do sono.

Em segundo lugar, a população do estudo era muito pequena. Em terceiro lugar, os pesquisadores permitiram que os participantes utilizassem cafeína durante o dia antes das 16:00 e isso pode ter contribuído para a perturbação do sono.

Em quarto lugar, o equipamento utilizado para monitorar os padrões de sono era relativamente novo. Por fim, os participantes do estudo eram relativamente jovens, de maneira que os resultados podem não ser aplicáveis à população em geral.

Fonte: Tribuna da Bahia