Na imensa maioria dos casos, a resposta é sim. Na sinusite crônica, o tratamento pode ser cirúrgico.
O aumento dos casos de resfriados e gripes nos dias mais frios e secos traz também a maior ocorrência de sinusite, uma inflamação das cavidades paranasais (seios da face) causada pela drenagem inadequada da secreção nasal. Congestão e dor facial, sensação de mal-estar e fadiga são os sintomas mais comuns.
Resfriados que se prolongam por mais de 10 dias com permanência dos sintomas ou que estavam melhorando, mas voltam a piorar depois do quinto dia, devem servir de alerta para que se busque uma avaliação médica. Esses sinais podem indicar sinusite aguda bacteriana, cujo tratamento é basicamente clínico, com soro fisiológico e sprays nasais, analgésicos para melhorar a dor e, eventualmente, anti-inflamatórios e/ou antibióticos.
Se os sintomas persistirem por mais de oito semanas, a doença pode se tornar crônica . Além disso há a sinusite crônica relacionada a fatores como desvio de septo, formação de pólipos e degeneração da mucosa, que obstruem as vias nasais, impedindo que a secreção seja adequadamente drenada. Além de prejudicar a qualidade de vida, o problema pode levar a complicações mais graves, como a meningite pneumocócica e a celulite periorbitária, processo infeccioso na região dos olhos.
Na maioria dos casos de sinusite crônica, a conduta cirúrgica para remoção do fator obstrutivo é a única alternativa para promover a melhora e reduzir as recidivas. A sinusectomia endoscópica é a técnica mais adotada. Minimamente invasivo, o procedimento é feito com o auxílio de um endoscópio, que permite ao médico ter acesso e visualizar de forma ampliada toda a cavidade nasal para a remoção do fator obstrutivo. A cirurgia é feita com anestesia local e sedação e permite que a maioria dos pacientes tenha alta no mesmo dia. Mesmo quando não é possível a total remoção do fator obstrutivo, a pessoa tem sua qualidade de vida substancialmente melhorada. Recidivas podem ocorrer, principalmente nas sinusites causadas por fungos e por novas formações de pólipos.
De qualquer forma, a crença popular de que sinusite não tem cura está longe de ser verdade. Tratamentos existem e, ainda que em poucos casos o problema não possa ser totalmente revertido, os benefícios para o paciente são muito expressivos. Acreditar no mito de que não há cura é resignar-se a conviver com a sinusite seus sintomas, e com o risco de doenças ainda mais graves.