Saiba a diferença entre Ronco e Apnéia

O ronco é bastante frequente, principalmente em mulheres e homens acima de 40 anos, respectivamente 24% e 36% dessas pessoas sofrem com esta queixa.

Ele é o ruído causado pela vibração de estruturas da via respiratória durante a passagem do ar.

As principais causas para isso acontecer são:

  • Obstrução nasal: o nariz congestionado resulta em uma necessidade de maior força inspiratória, consequentemente, maiores chances de colapso de algumas partes da via respiratória produzindo o ronco.
  • Baixo tônus muscular: o relaxamento dos músculos da garganta provocando o estreitamento da via aérea. Em todas as pessoas esses músculos relaxam durante o sono mas em algumas esse relaxamento causa um estreitamento, provocando o som. Um relaxamento maior ocorre após ingestão de bebidas alcoólicas e uso de medicação indutora de sono, aumentando a chance de aparecimento do ronco.
  • Excesso de tecidos moles na garganta: ganho de peso, conformação da região do pescoço (circunferência cervical aumentada), aumento dos tecidos linfóides (amígdalas e adenóide) causam obstrução à passagem do ar.
  • Anatomia do palato mole e úvula: o céu da boca (palato) e a úvula (campainha), quando aumentados estreitam também a passagem do ar.

O que é apnéia?

Apnéia é sinônimo de parada respiratória, pode ser de duração variável e ocorrer durante o sono devido a oclusão ou semioclusão das VAS.

O distúrbio é comum e acomete todas as idades e ambos os sexos, independentemente do peso, embora seja mais freqüente nos obesos e pessoas com sobrepeso.

Nem todas as pessoas que roncam apresentam apnéia, apenas uma parcela delas. Nessas pessoas, ocorre um estreitamento que produz o som, mas sem um fechamento da via aérea.

Quase todas as pessoas que têm apnéia roncam. É raro, mas pode acontecer da pessoa ter apnéia sem roncar.

Como eu sei se tenho ou não apnéia?

O melhor exame para o diagnóstico se chama Polissonografia. Ele é realizado em hospitais e clínicas especializadas. O paciente deve dormir durante o exame, enquanto vários parâmetros são monitorizados e avaliados. Com esse exame não só conseguimos saber se o paciente tem ou não apnéia, como também qual é o grau da mesma. Outros distúrbios do sono podem ser também diagnosticados com esse exame.

Mas enfim, quais as consequências do ronco e da apnéia ?
O ronco simplesmente, sem apnéia, pode causar problemas no âmbito social, pois o roncador frequentemente é motivo de ridicularização, além de atrapalhar o sono dos que compartilham o ambiente. Além disso, essa respiração bucal noturna pode causar outros problemas como faringites em maior frequência que o normal. Já a presença da apnéia mostra que o caso é mais grave. A curto prazo já podemos perceber as repercussões, como a sonolência diurna, cansaço e sensação de sono não reparador. Isso ocorre devido a fragmentação do sono. A longo prazo apnéia já foi associada a hipertensão arterial, a risco aumentado de infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral (derrame) e insuficiência cardíaca congestiva.

Qual é o tratamento?

Há vários tipos de tratamento e a decisão do médico sobre qual é melhor para cada paciente leva em consideração diversos fatores, como o grau da apnéia, variações anatômicas do pescoço, nariz e faringe, peso, etc. Todos os pacientes que têm ronco e apnéia são orientados a perder peso (quando estão com sobrepeso) e a fazer atividade física. A avaliação da respiração nasal também é muito importante.

Além disso, as outras opções de tratamento incluem: CPAP (Continuous positive airway pressure): é um aparelho que injeta ar com pressão positiva contínua na via aérea, fazendo com que cessem as apnéias a medida que aumenta a pressão.

Cirurgia: existem alguns tipos de cirurgias para ronco e apnéia. As indicações de cada uma dependem do tipo de obstrução, da anatomia de cada paciente e do grau da apnéia.

Aparelho intra-oral: é um aparelho que ajuda no posicionamento da língua mais pra frente, ajudando nos casos em que o ronco/ apnéia são devidos a queda da língua para trás durante o sono. Ninguém melhor do que o médico especialista para avaliar qual é o tratamento mais indicado para seu caso.

E as crianças, também apresentam apnéia?

Como os adultos, elas podem ter um quadro de apenas respiração bucal e roncos mas também podem apresentar apnéias. Em uma parcela dos casos, o aumento exagerado das amígdalas e/ou adenóides são os responsáveis, e a cirurgia resolve o problema. Em outros, ocorre o ronco devido `a dificuldade da respiração pelo nariz, que pode ser causada pela rinte alérgica, então o tratamento clínico faz-se necessário. Os sintomas da apnéia na criança são diferentes do que no adulto. Ela geralmente tem sono agitado, e é impaciente durante o dia, com dificuldade de concentração. A manutenção da respiração bucal na criança gera várias repercussões no crescimento da face, no posicionamento dos dentes, na fala, no ganho de peso e crescimento como um todo. Também pode haver repercussões no aprendizado e desenvolvimento.

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