Aspectos Gerais da Tontura

Por: Dra. Jamille Lima Wanderley – Otorrinolaringologista /  CRM: 9150 

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O labirinto é uma estrutura localizada no ouvido interno, e, juntamente com a visão e o sistema musculoesquelético, são responsáveis pelo equilíbrio corporal. Todas essas estruturas enviam informações ao sistema nervoso central e, quando estão em harmonia, garantem o equilíbrio. Se alguma dessas mensagens recebidas for conflitante, podem resultar em tontura e sintomas associados.

As labirintopatias, doenças causadas por desordens do labirinto, representam a maior parte dos casos de alteração do equilíbrio e são comumente chamadas apenas de labirintite. Costumam se manifestar por meio de tontura, geralmente associadas a náuseas, vômitos, mal-estar ou sintomas auditivos, como diminuição da audição, zumbido e sensação de ouvido tampado.

A tontura pode ser relatada de diversas formas, a mais comum delas é a vertigem, definida como uma sensação rotatória do ambiente ou do próprio corpo percebida pelo paciente, sendo este sintoma característico das tonturas de origem no labirinto. Outras formas de tonturas referidas pelos pacientes incluem, desequilíbrio, sensação de flutuação, sensação de desmaio iminente, tendência a quedas, desvio de marcha, escurecimento da visão, entre outros.

A vertigem é um sintoma muito prevalente, encontrada em 10% da população mundial. Em 85% dos casos, ela é decorrente de disfunção vestibular. As labirintopatias podem atingir qualquer idade, mas têm maior incidência a partir dos 40 anos.

As principais causas de labirintopatias são:
– Doenças da otorrinolaringologia: Doença de Meniére e a vertigem posicional paroxística benigna.
– Doenças sistêmicas: diabetes, hipertensão arterial, doenças cardiovasculares e da glândula tireóide, aumento do colesterol e triglicerídeos.
– Infecção viral ou bacteriana: labirintite aguda, neurite vestibular.
– Doenças ortopédicas: doenças da coluna e do pescoço.
– Causas externas: traumas por acidentes ou exposição a ruído elevado.
– Uso de medicamentos: diuréticos, anti-inflamatórios, antibióticos.
– Hábitos de vida inadequados: abuso de fumo, álcool, café, chocolate, alimentos gordurosos e frituras, jejum prolongado.
– Causas psicológicas: estresse.

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O diagnóstico das labirintopatias é baseado na história clínica e em exames complementares. É importante relatar ao médico as características da tontura, como: tipo, intensidade, duração, fatores precipitantes e agravantes e sintomas associados.

As diversas opções terapêuticas para controle da crise de labirintopatia são aplicadas conforme os dados da história clínica. O tratamento medicamentoso geralmente consiste em uma medicação anti-vertiginosa, orientações de reeducação alimentar, com controle dietético, e mudanças nos hábitos de vida.